Quando o Azar bate no poste...
Azar. Tanto, num jogo só, parece no mínimo estranho, chega para desconfiar. Ou para, no limiar do desespero, apelar a uma pequena e inofensiva intervenção divina. Mas dos céus, para além da chuva, chegou apenas o esvoaçar irritante de uma pomba, que se banqueteou no relvado ao longo de toda a segunda parte, indiferente à persistência portista e à atlética estratégia de transformar o jogo num prolongado bocejo. Aos deuses, que se borrifaram para as mais elementares questões de justiça, nem se pedia, exactamente, ajuda. Rogava-se apenas que não voltassem a mexer na baliza, que não atravessassem o poste na frente da bola quando o guarda-redes adversário já fora reduzido à mera condição de espectador.
O último lance resume e repete o encontro numa fracção de segundo e numa espécie de pleonasmo maldito, especialmente vocacionado para a ironia. Os 90 minutos já se tinham esgotado e os cinco adicionais, de compensação, estavam muito perto do fim. E ali estavam, separados por quase duas dezenas de metros, Ricardo Quaresma, eleito o melhor jogador da Liga nos meses de Novembro e Dezembro, e Marco, guarda-redes do Atlético, praticamente anónimo. De permeio, repousava a bola. Quaresma correu, espreitou por uma última vez as redes e Marco voou para o lado errado. Com o estádio de pé, a bola bateu estrondosamente… No poste, claro. O mesmo que já havia negado o golo a João Paulo.
Poucos segundos depois, da mesma forma como Marco evitara o golo, no papel de figurante, de observador impotente, o Atlético fazia sensação, afastando da prova o detentor do troféu, sem saber exactamente como o conseguira e após um invejável contributo de mais de uma hora dos mais gritantes exemplos de anti-jogo, gerados por um golo acidental, como num reflexo condicionado. Deixava o Dragão premiado por tudo quanto não fizera.
Ao apito final, num cenário inimaginável, os remates de Bruno Moraes ou Lisandro, o desespero de Marco, que ficara pelo caminho, incapaz de defender as redes, ou o cabeceamento de João Paulo ao poste não passavam de meras recordações, que, só por si, sustentavam um outro desfecho. O árbitro apontou para os balneários e Quaresma seguiu a indicação num pranto inconsolável.
FICHA DE JOGO
Taça de Portugal (4ª eliminatória - 7 de Janeiro de 2007)Estádio do Dragão, no PortoAssistência: 30.126 espectadores
Árbitro: Paulo Pereira (Viana do Castelo)Assistentes: Henrique Parente e Fernando Pereira4º Árbitro: Pedro Rocha
F.C. PORTO: Vítor Baía «cap»; Fucile, Ricardo Costa, João Paulo e Cech; Raul Meireles, Paulo Assunção e Ibson; Vieirinha, Bruno Moares e Ricardo QuaresmaSubstituições: Paulo Assunção por Lisandro López (46m), Fucile por Alan (62m) e Ibson por Adriano (67m)Não utilizados: Paulo Ribeiro, Tarik, Bosingwa e SokotaTreinador: Jesualdo Ferreira
ATLÉTICO: Marco; Pedro Pereira, Rolão, Ricardo Aires e Júnior «cap»; Simões e Marco Bicho; Lapinha; Nuno Gaio, David e EdmarSubstituições: Lapinha por Gonçalo (69m), Pedro Pereira por Hugo Freire (84m) e Marco Bicho por Rui Andrade (90m)Não utilizados: Paulo Grilo, João Pedro, Artur Jorge Vicente e LulaTreinador: António Pereira
Ao intervalo: 0-0Marcadores: David (59m)Disciplina: cartão amarelo a João Paulo (31m), Nuno Gaio (60m), Lapinha (61m), Marco Bicho (83m), Ricardo Aires (90m), Marco (90m) e Rolão (90m)
Fonte: www.fcporto.pt
Opps... por esta ninguem esperava ;)
4 Comments:
pois....olha lá,queres alguma beiça de porco????cá em casa há para dar e vender ai ai!!!
beijinho
é sempre a mesma merda! com penaltis marcados quase a duas dezenas de metros ninguém aguenta se fosse o benkika o penalti era a 11 metros e repetido até entrar.
anna,
ah ah ah imagino =)
ui ui ... fazias dinheiro hj ... lololol
anonimo ,
isso é que é mau perder!!!
o ciganinhuh n fez de preposito... calhou =(
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